GAIVOTAS -II T R A V E S S I A

POETA NA VARANDA COM BUFFON 

GAIVOTAS II
 
            poeta Antonio Fagundes
 
Entre o céu e o mar
Existe um pássaro de grandes asas brancas
Que ficam prateadas pelo sol
Donas de suaves vôos rasantes
Num espetáculo de perícia e eficiência,
Cores e liberdade
Elas plaina, plaina.
No coração a esperança de liberdade
Na alma a certeza de um grande amor
Pela vida e pela arte de voar
As gaivotas com seus vôos procuram
Mostrar a sua liberdade!
Liberdade de voar!
Liberdade de corpo liberdade de espírito!

 
 
Copyright © 2008 Poeta  Antonio Fagundes

 


TRAVESSIA
 
          Por Antonio Fagundes

A travessia de uma vida num lampejo de esperança, uma força divina, que ultrapassa todos os limites da compreensão humana, é tanta luta que não dá tempo nem pra pensar, em desisti.
Um jovem cheio de esperanças e vontade de viver, na flor da sua juventude, queria conquistar o mundo. Voar sobre as verdejantes montanhas, velejar nos mares da vida. No bojo muitos sonhos à realizar.
Derrepente jogado num mundo totalmente alheio ao seu e as suas aspirações, vítima de uma terrível enfermidade, uma lesão medular cervical a qual deixou-lhe completamente paralítico, preso num leito de dor, vitimado pelo acaso do destino do capricho da natureza. Fora jogado por terra todo planejamento de uma vida voltada a encontrar a felicidade, como tantas por aí tão comum em nosso planeta. Um jovem de calça jeans surrada e tênis velho camiseta e livros debaixo do braço; vivia trabalhando duro para manter os estudos, almejando dias melhores para o futuro; toda família apostava no seu sucesso profissional, toda essa ascensão fora dissipada, por uma maldita doença tirando-lhe os sonhos. Jogado num frio ambiente hospitalar preso nas garras da dor, tentava compreender os porquês daquilo tudo? As perguntas perdiam-se nas paredes grossas da incompreensão humana, foram momentos de angústias, tristezas e solidão; acompanhadas de muitas expectativas, dores intensas onde a alma gemia num grito latente e cruel.
Foram anos preso nas teias hospitalares, acompanhados dos amigos de infortúnios, bebendo na amarga taça do sofrer, pessoas como eu com destinos quebrados, pescoço e colunas jeito diferente de viver, tempos difíceis de desabores e decepções, que a cada dia aumentava fazendo da vida um beco sem saída, procurava uma luz no fim do túnel, devagar o caos foi dissipando, fui juntando os pedaços igual um quebra-cabeças costurando dia a dia como uma colcha de retalhos. Queria entender tanto sofrer, porque comigo? E não com os outros?
Na verdade esse tempo todo de falta de entendimento, o Senhor Jesus Cristo me amparava em seus braços. Lembro-me do poema pegadas na areia; quando olhando pra trás a pessoa só ver uma pegada então o Senhor lhe diz:
- Meu filho essas pegadas são minhas, na verdade quem te carregou todo esse tempo foi eu glória! Aleluia! Esse tempo todo o Senhor Jesus estava curando minhas feridas, aliviando-me as dores, colocando fé em meu rebelde coração. Comecei a enxergar com os olhos da liberdade, meu corpo estava preso no leito, porém o espírito esse voava livre como uma gaivota que acabará de aprender a voar, ela dava vôos rasantes sobre a beira mar; transformei o sofrer em poesias e vontade de viver buscando os valores positivos da vida.
Depois de quase seis anos conseguir fugir do seio hospitalar; sobre uma cadeira de rodas, com o corpo empenado com a mão direita atrofiada em garra e a cabeça caída pro lado esquerdo.
A alma amarrotada pelas ilusões de falsas promessas de amores eternos.
Partir pra luta, cheio de fé e esperança tendo como bandeira uma caneta nas mãos precisamos encher o  mundo de poesias, colorindo becos, ruas, avenidas e praças. O mundo necessita de paz, amor e alegria.
Fui pra vida com a cabeça o coração e a gana de querer vencer.
Peço a sua compreensão para que eu possa continuar vivendo e sonhando com a vida

melhor.

Sinto-me imensamente feliz em poder contar com a sua gentil atenção. Peço ao bom Deus que te restitua em paz, alegria e saúde.
        

saudações,
 

Antonio Fagundes de Melo Filho

Tetraplégico há 31 anos

Poeta, escritor e artesão.

Contatos; fagundestoni@hotmail.com

Salvador- Bahia- Brasil

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